A drag queen brasileira Salade Campari veio vestida de Marilyn Monroe para brindar a nova era de seu país.
“Eu me sinto tão feliz”, disse a ativista e atriz enquanto posava para uma selfie do lado de fora do palácio presidencial do Brasil enquanto esperava o novo presidente do país. Luís Inácio Lula da SilvaVenha.
“Agora a comunidade LGBTQIA+ do Brasil pode se sentir livre porque temos um presidente que respeita a diversidade. Isto é muito importante. Todos são bem-vindos agora”, disse Campari.
“Ninguém era bem-vindo sob o comando daquele homem”, acrescentou sobre o orgulhosamente partidário predecessor de Lula. Jair BolsonaroSua morte política proporcionou um momento de redenção há muito esperado para as minorias marginalizadas do país e sua maioria negra.
Durante o governo de quatro anos de Bolsonaro, o palácio presidencial foi ocupado por uma multidão predominantemente branca de políticos e militares, muitos dos quais não tinham vergonha de ignorar comunidades indígenas e negras tradicionais, moradores de favelas e membros do movimento de direitos civis do Brasil.
“A minoria deve se curvar à maioria”, declarou Bolsonaro certa vez.
Mas quando Lula, de 77 anos, chegou para assumir o cargo no domingo, a deslumbrante passarela de mármore do palácio estava repleta de cidadãos que representavam um dos países com maior diversidade étnica e social do mundo.
“Vi travestis e mulheres, travestis, drag queens, pessoas com deficiência… pastores, padres e líderes religiosos afro-brasileiros”, disse Rene Silva, um ativista negro da favela no meio da multidão.
“Vi o Brasil que conhecia. Podemos nos ver”, acrescentou Silva. “Me senti em casa.”
Bolsonaro faltou à cerimônia, voando para os EUA antes da posse, permitindo que Lula usasse a visita simbólica do presidente Sách para enfatizar seu desejo de construir uma nação inclusiva e tolerante.
Muitos espectadores, incluindo Silva, choraram quando o novo presidente subiu a rampa cercado por oito representantes da diversidade e da luta brasileira, incluindo o respeitado líder tribal Ravni Mettuktire, um influenciador deficiente e metalúrgico. O sari foi dado a Lula por Aline Sousa, uma catadora de lixo negra e ativista.
“Este é um momento histórico”, disse Douglas Belchier, líder dos direitos civis da Black Coalition for Rights, que estava lá.
Lula injetou diversidade semelhante em seu novo governo em um esforço para trazer todos os 215 milhões de brasileiros de volta ao rebanho depois que as minorias foram expulsas da era tumultuada de Bolsonaro.
“Vou governar para todos, olhando para o nosso brilhante futuro compartilhado, não no espelho retrovisor da divisão e da intolerância”, disse Lula a dezenas de milhares de apoiadores que se reuniram para ouvi-lo.
Silvio Almeida, um dos mais proeminentes intelectuais negros do Brasil, liderará o ministério de direitos humanos de Lula, substituindo a pregadora evangélica linha-dura Damares Alves.
O ativista de direitos humanos nascido nas favelas Aniel Franco vai liderar o Ministério da Igualdade Racial. A ativista indígena e política Sonia Guajara liderará o primeiro ministério para os povos indígenas do Brasil.
Antes da posse de Lula, Guajajara disse aos apoiadores que o Brasil estava entrando em uma nova era em que a “oposição” ocuparia os corredores do poder.
“Estamos aqui hoje porque nunca tivemos medo de lutar. Nunca desistimos. Estamos aqui para dizer que o Brasil nunca existirá sem nós.”